domingo, 14 de março de 2010

"José Lewgoy"


José Lewgoy e Júlia Lemmertz
A hora mágica é um filme brasileiro de 1998, dirigido por Guilherme de Almeida Prado, com roteiro baseado em conto de Julio Cortázar

José Lewgoy (1920 - 2003)
(Veranópolis, Rio Grande do Sul, em 16/11/1920 - Rio de Janeiro, 10/02/2003).

Filho de pai russo e mãe norte-americana, era o caçula de oito irmãos e trabalhou no Sul como tradutor na Livraria e Editora Globo, que pertencia a Érico Veríssimo e se formou em Ciências Políticas e Econômicas.

Com sólida e sofisticada formação cultural, ele falava fluentemente francês, inglês, italiano e espanhol. Entrou para o teatro ainda no Sul do País e impresionava sus colegas aspirantes à carreira pela sua cultura.

Ganhou uma bolsa de estudos e foi estudar Arte Dramática na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, onde residiu de 1947 a 1949. Voltou para o Brasil e se instalou no Rio de Janeiro.

Em 1949, fez o primeiro de uma série de vilões na Atlântida, no filme "Carnaval no Fogo", dirigido por Watson Macedo, considerado o mestre da chanchada. O filme foi um sucesso e mudou a vida de José Lewgoy que passou a ser chamado para fazer um filme atrás do outro, mas sempre vivendo o vilão ou o bandido da história. O primeiro prêmio como ator foi em 1950 por seu trabalho em "Quando a Noite Acaba", de Fernando de Barros, ao lado de Tonia Carrero.

Em 1954, com o pretexto de assistir ao Festival de Cannes, se mandou para Paris e acabou morando na França por quase 10 anos, com o intuito de se transformar em um ator de cinema internacional. Fez filmes importantes como "S.O.S. Noronha" e contracenou com atores como Jean Marais, mas acabou tendo que trabalhar como importação de café para sobreviver na França.

Quando retornou da França, meses antes do Golpe Militar de 64, além de trabalhar em teatro e no jornal "O Pasquim", Lewgoy estrelou filmes importantes como "Terra em Transe" de Gláuber Rocha e "Uma Rosa para Todos", uma co-produção com a Itália, estrelada por Cláudia Cardinalle.

Na década de 70 inaugurou, com "O Bofe", uma bem-sucedida carreira nas telenovelas que inclui sucessos como "Divinas e Maravilhosas" na TV Tupi; "O Rebu"; "Anjo Mau"; "Nina"; "Dancin' Days; "Feijão Maravilha"; "Água Viva"; "Terras do Sem Fim"; "Campeão", esta naTV Bandeirantes; "Louco Amor" em 1983 e que foi o seu maior sucesso de público como Edgard Dumond; "Um Sonho a Mais"; "O Tempo e o Vento"; "Anos Dourados"; "Vida Nova"; "Tieta" e "O Sorriso do Lagarto".

Em 1983 quando ia gravar uma das últimas cenas de seu personagem na novela "Louco Amor", Lewgoy sofreu um grave acidente de carro, causando comoção nacional. Como bom gaúcho, saiu numa cadeira de rodas do hospital para gravar cenas do filme "O Beijo da Mulher Aranha", de Hector Babenco.

No cinema ele participou de mais de 100 filmes, das chanchadas dos anos 50 passando pelo cinema político, pelas pornochancadas e pelos flmes de grandes diretores e que alcançaram boa bilheteria e prestígio internacional como "Terra em Transe"; "Quando o Carnaval Chegar" de Cacá Diegues; "A Viúva Virgem" de Pedro Carlos Rovai; "O Gigante da América" de Julio Bressane; "Fitzcarraldo" de Werner Herzog; "O Beijo da Mulher Aranha" de Hector Babenco; "A Dama do Cine Shangai" de Guilherme de Almeida Prado; "Sermões" uma co-produção com Portugal sobre o Padre Vieira; "O Monge e a Filha do Carrasco" de Walter Lima Junior; "Quatrilho" de Bruno Barreto; "O Judeu" e "Apolônio Brasil, Camoeão da Alegria", de Hugo Carvana que só foi lançado depois da morte de Lewgoy.

Texto: Rodolfo Bonventti

Pesquisa e Fotos: Jornal O Estado de S.Paulo; Jornal O Globo; jornal Gazeta Mercantil; Site Adoro Cinema Brasileiro, Web Cine, Site Gilberto Braga online, Site Carl Ole.

http://inmemorian.multiply.com/photos/album/1/1

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