sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"Oswald"




Oswald de Andrade (são paulo)


Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Aí do lado
Que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm

(Primeiro caderno do aluno de poesia)



Estamos perante um texto que transgride todas as normas do romance convencional, já que mistura continuamente a prosa com a poesia, abolindo os limites entre uma e outra. As personagens, alvo da ironia caricatural do autor, estão desprovidas de profundidade psicológica; satirizam os diferentes tipos sociais de uma São Paulo de início de século: "Memórias Sentimentais - por que negá-lo? - é o quadro vivo de nossa máquina social", afirma Machado Penumbra. Sua ironia extrapola o contexto do romance, para atingir o próprio leitor, num tom desafiante:

"Pena é que os espíritos curtos e provincianos se vejam embaraçados no decifrar do estilo em que está escrito tão atilado quão mordaz ensaio satírico".

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