domingo, 20 de setembro de 2009

" O Impulso e a dor "


(Foto: Felix Manuel Burgos)



aldir brasil jr

"O Impulso e a dor"


Não tive duvidas, deixei-me levar pelo primeiro impluso e atravessei Fortaleza disposto a acabar com ela. Desafisei,o transito caótica, pedindo nos sinais, guardas de transito,sindicalistas no meio da Bezerra de Menezes.
Não estava suportando a dor, Leninha de desta vez tinha longe
demais, largou os velhos para cuidar da vida e acabou virando
"Go-Go-girl". Ela tinha me prometrido que fugirando para o Montese
logo que chegasse Janeiro. Tudo deu errado, meu não saiu, não saldei
as promissorias e Manfredo tinha tinha decretado que eu não sobreveria
muito tempo no escritório.

Ela gostava da vida, apesar dos muito gordos cliente, dos gritos eventuais e de exigencias surreais com gritas palavrões Basco. Ela me dizia que precisava urgentemente. Ela me dizia que precisava urgentemente de novos cliche na minha vida, nem televisão. Leninha fora o último,mas deixou-me a ver navios. Mesmo sem estar em mar aberto estava enjoando de tudo.
Chego no São Gerardo, a mesma igrejinha, o colegio de classe média, a padaria habital. Afogo-me na dor. Inferno em meio a "spots" televisivos.
bem que poderia fazer como Leminski e acabar com meu delicado figado.
Talvez, não. Reescrever o artigo mil e uma vezes, sem erro, com grandes
pretensões, tenho certeza de que a Leninha gostaria. O Cinema me seduz,
"As mil e uma taras de uma Ninfeta de Amesterdam",não tenho duvidas entro
na sala e encontros mulheres tão estranhas que me enojam, grito e
sussuros e dois tiros a queima roupa.Leninha morreu vítima de um cliente.
Um piauiense, mirradinhho e jeito com jeito de quem não quer nada.

Sinto-me pronto para uma nova vida, muda-me para o Otavio Bonfim e conheço
Teresa. Ela cuidava das plantas de deixa-me livre para a viagem. Sempre
voltava a Igreja do Carmo para lembre de Leninha. O Impulso leva dor.
Ou vice-versa.

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