SATURNO
tudo explode junto ao olho esquerdo
mesmo a dor de partir desta para melhor
tudo explode sob o olhar do amor
mesmo a indiferença junto ao mar
tudo explode junto a joão cordeiro
mesmo a certeza de que as filhas sempre retornam
tudo explode sob o olhar do amor
mesmo Nina Simone chorando em meio a cellos
tudo explode sob ameaças das chuvas do caju
mesmo teus vestidos de verão que nunca foram usados
tudo explode sob hendrix entre os oitis
mesmo a dor da perda do pai
tudo explode sob a miséria dos filhos lendo castro
mesmo a maggy contando tostões para o natal
tudo explode sob a fúria do Rio Negro
encontrando o Solimões sob os olhos do José
tudo explode sob as vísceras expostas ao céu
sob as bênçãos do Aloísio
tudo explode em meio aos Salmos de Davi
que nem sempre refrigeram a alma
tudo explode sob dedos azuis em busca de Netuno
mesmo a última canção do Dylan
tudo explode em meio ao pai que não retorna
mesmo cruiyff e o watergate
tudo risca o corpo mesmo a Bishop chorando pela Lota
mesmo C. morando pelos cantos
feito menino que não retorna ao quarto em horas devidas
tudo explode
mesmo três dedos de prosa
tudo retorna
sempre feito cinzas em meio as marés
sempre
O jornal e o seu leitor. Parece um domingo. Gostei do "Saturno".
ResponderExcluirAbs,
Daniel.
o domingo 'que nem sempre refrigera a alma'...
ResponderExcluir