quarta-feira, 19 de agosto de 2009

"A América através da Janela"


"PARQUE DE DIVERSÕES"

helio rola: artista plastico

http://heliorola.sites.uol.com.br/

"A América através da Janela"

Talvez Murilo Mendes nos de um pista: “Tudo o que é genuíno e simples contém um elemento novo e revolucionário”.
O aforisma Muriliano nos conduz legantemente aos poetas objetivistas americanos, bem mais sofisticados que os Beats, dentre eles destacam-se sobretudo William Carlos Williams e Louis Zukofsky.
Williams traduzido por José Paulo Paes.O formidável “ A uma velha Pobre “,onde Wiliams nos presenteia com uma senhora mascando ameixas pela rua com um saco de papel, ou em “ O Sótão que desejo” onde nos ofuscamos com o néon “SODA”.
Zukofsky, tem alguns poemas traduzidos por Augusto de Campos, entre eles “ O Outro Cinzeiro”(1958)
Três
cães
carmesins
acossam
o chicote
numa bota
sobre
uma
perna.
Wiilians tinha afinidades com os expressionistas abstratos americanos,sobretudo Pollock,mas talvez quem mais se aproxime da sua poesia seja Edward Hopper(1882-1967), o precursor da Pop-Art,o mestre da “American landscape”. A América dos hotéis baratos, dos interiores-exteriores,da intransparencia dos personagens notívagos está presente tão limpidamente na sua pintura. Recordemos o Óleo sobre tela “Quarto no Brooklyn”(1932) onde Hopper nos situa próximos a uma moça de cabelos curtíssimos que observa as ruas através de uma enorme janela,ela parece descentrada no quadro, o vestido azul-marinho barato, uma réstia de luz que nos surpreende, Williams está lá, o corte, a luz, a ausência de interlocutores, o descentramento.

aldir brasil jr

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