terça-feira, 7 de julho de 2009

"Ray Ban"



" O General de Ray-Ban "

A Solange Benevides Botelho


Eu o vi na Telefunken, empunhando a espada, o sol à pino,de óculos e um largo sorriso conspiratorio. Nunca imaginei que seria a ultima imagem que teria do mundo. Amalia trancafiou-me aqui, desde então lembro da Isaurinha com meias " dancying-days" e do Herzog. Coitado do Herzog, dependurado feito um boneco pelo milicos.
Pensei na falta e ar e na escuridao total, pobre do Herzog.Perdi a noção do tempo, distraio-me lendo " Fatos e Fotos" e pensando na Sandra Barsotti, onde ela estaria ?. Olhos vesgos e verde sempre me apaixonaram. Isaurinha abre a porta do quarto. A claricidade excessive muchuca os olhos, olho a Telefunken,ela não está mais lá. Vejo o velho General de Ray Ban fazendo uma operação mediunica com o Dr. Fritz. Pobre do Herzog. Se ao menos o Nacional Kid o tivesse salvo. Mais magro e com barba por fazer, sentencia Isaurinha. Amalia tinha falecido na páscoa de 79. Sinto-me inundado pelo burburinho da cidade e resolvo ir atrás da Sandra Barsotti. Ela não mais existe. Reencontro o velho Album Branco,coloco-o na vitrolana e escuto "Good Night". O General sente dores nas costas, não sinto piedade, Dona Dulce cuidara do velho. Pobre do Herzog. Enforcado e sem vida. Vou ao armarinho,reabro as portas e volto a reecontrar as freguesas de outrora.Elas me encantam.
Como sempre faço de conta que nada daquilo existiu.

aldir brasil jr

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