segunda-feira, 1 de junho de 2009

"Ziembinsky"

"Ziembinski e Cacilda Becker :"Adorável Júlia" (1957) "


“Ziembinsky”


Acho que a primeira vez que o vi na TV foi “ Caso Especial”, que “O Capote”, adaptação de Gógol, nos idos de 76. Fiquei tão impressionado que não dormi à noite.
Tive medo de velho sair da tela e levar-me para Cracóvia. Minha de menino. Minha mãe que o velho polaco estava no Brasil a muito tempo e que provalmente não gastaria seu tempo saindo da tela para vir me raptar.
Sempre viu o velho com “ O Capote”, nos Castelo Plácido. Sempre em em preto e branco, talvez efeito da Telefunken. Resolvi mudo de caminho na volta da escola para casa.
Atravessava a Costa Barros duas para certificar-me que estaria a salvo. As sobrancelhas mefistolélicos e jeito ligeiramente me indudavam os sonhos. As que um a tia do Rio chegou em casa e falou casualmente que Ziembinky tinha morrido. Senti-me e aliviado, mas traído. Ele prometeu-me que iria buscar-me e apresentaria-me o Jardel Filho e Lewgoy.
Nos anos refugei-me na Repartição, nas cervejas, nos putinhas ocasionais. Onde estaria o Polaco, voltou para Cracóvia ? Perdi a Telefunken, o Jardel morreu, tive uma filha, conheci Teresa Isabel e destruí Castelo do Plácido.
Talvez por isso comprei um TV colorida.O Lewgoy à cores ainda e sobreviver, mas Ziembinky, não.

Nenhum comentário:

Postar um comentário